sábado, 19 de setembro de 2009

A morte do camisa 10, a vez do camisa 8

Comentaristas, narradores e torcedores vivem comentando a ausência do camisa 10, no futebol brasileiro. De fato, o jogador "garçom" está em extinção, mas qual seria a causa disso? Acredito que seja essa nova dinâmica aplicada pelos treinadores, exigindo dos jogadores, a responsabilidade de marcar, armar e finalizar.

O atleta que utiliza a camisa 10, hoje, deve finalizar. Dar assistência caso não tenha espaço para chutar, mas, deve finalizar. Um exemplo claro disso é o jogador Amoroso, que passou por São Paulo, Corinthians, Grêmio e Guarani, no seu início de carreira no Bugre era meia, no entanto, quando convocado para a seleção brasileira já era atacante.

No futebol nacional só vejo um meia clássico, o verdadeiro meia, Cleiton Xavier, do Palmeiras. Joga a frente dos volantes, abrindo espaço e lançando para os laterais e atacantes. Os demais meias estão mais para atacantes. Tem um jogador que tem potencial para ser o camisa 10 clássico, porém vem sendo estragado pelo técnico, Andrézinho, do Internacional.

Nesse cenário, surge um jogador diferenciado que não é o responsável principal pelo combate nem pela armação, essa falta de responsabilidade eleva a qualidade do camisa 8. Veja os exemplos: Hernanes, Richarlyson, Elias, Martinez - ex Palmeiras -, Elano... O time que tem um ou alguns meio-campista se destaca, veja o exemplo do São Paulo que não tem volantes.

A variedade de jogadores com essas características é importante, entretanto, não há diferenças entre os clubes. Imagine ver um jogo que, Corinthians e São Paulo onde o confronto é entre um meio-campista revelação e um meia clássico, atletas com essas diferenças podem mudar a dinâmica do jogo em um lance. Há muito tempo não vejo isso. Na realidade só um jogador desequilibra seja pelo nome ou lances, Ronaldo.

Na minha opinião, o meio-campista é um jogador importantissímo, mas é preciso voltar a produção do camisa 10, trabalhar as categorias de base para surgir atletas com essas qualidades... Sem o camisa 10, o futebol fica previsível e chato.

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