quinta-feira, 18 de março de 2010

O que vale é a vitória?

Responda, leitor. A vitória vale mais do que jogar bem? Ou de nada adianta ganhar, sem mostrar um bom futebol?
Perguntas capciosas, chatinhas mesmo, que mais parecem papo de boteco, pelo caráter, digamos, labiríntico: ninguém quer perder, no entanto, é difícil esconder o travo amargo que fica na boca, depois de uma "vitória de resultado".
E, creio, é assim que ontem ficou o corinthiano, depois que o Timão venceu o Cerro, no Paraguai. Ninguém duvida da importância da vitória, e muito menos do belo scout do time fora de casa (6 pontos disputados, 4 ganhos), porém ficou viva a impressão de que o time poderia ter ousado um pouco mais. Ainda é sentida a extrema dificuldade em criar chances de gol.
Espero que, no decorrer da competição, o time libere seu lado criativo.

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Ontem, pela Copa do Brasil, o Palmeiras enfrentou o Paysandu, em Belém. Com muita garra e dedicação, o time conseguiu uma vitória magra (2 x 1), mas não eliminou o jogo de volta.
Aliás, garra e dedicação têm sido as marcas dessa equipe, mas serão o suficiente? Assim como ocorreu com o Corinthians, vencer é bom, mas é preciso tomar cuidado para que a vitória não esconda defeitos.

Jogos da quinta

Pela Libertadores, em casa, o São Paulo pegará o fraco Nacional, e tem tudo para ganhar e confirmar a liderança.
Resta ao torcedor tricolor a esperança de que, depois da conversinha com Juvenal Juvêncio, Ricardo Gomes, enfim, ponha o time para jogar bola.

Pela Copa do Brasil, o Santos pega o Remo, em Belém, e terá pela frente, como maior adversário, apenas a si mesmo. Haverá resquícios da derrota para o Palmeiras?

terça-feira, 16 de março de 2010

A cadeira cativa de Richarlyson

Historicamente, temos nos times de futebol jogadores/personagens que servem para marcar determinada época do clube. Muitas vezes, cartolas marcam uma geração, por exemplo, Vicente Matheus mandatário do Corinthians nos anos 70 e 80, que governava lançando frases de efeito.

Hoje, no São Paulo, a figura em destaque é Richarlyson. Parte da torcida são-paulina culpa o jogador por receber dos rivais o vulgo pejorativo de "bambi". Isso porque, o atleta sempre se envolvia em notícias chamativas e, principalmente, pelo seu jeito ...hã... podemos dizer delicado. Entre as principais polêmicas envolvendo o jogador, destacam-se: o processo contra José Cyrillo Júnior, Diretor do Palmeiras, que o teria chamado de homossexual e o caso das madeixas colocadas nas férias e retiradas antes da reapresentação. Essa soma de elementos e as gozações de Vampeta (ex-Corinthians), traçaram um novo rosto para o Tricolor Paulista.

No entanto, ultimamente, não é as aparições e polêmicas envolvendo Richarlyson que vem enfurecendo a torcida, e sim, o futebol apresentado. É notório que todo o time joga sem brio, aparentando um certo desgosto, uma frustração, uma passividade nojenta; porém, desde 2007, Richarlyson não apresenta um grande futebol. É claro que durante esse tempo jogou de zagueiro, lateral esquerdo improvisado e, nem sempre, teve sequência como volante - posição que se destacou -, porém o futebol não é o mesmo.

Talvez o que mantenha Richarlyson como titular seja sua vontade de vencer, pois na técnica anda devendo, erra muitos passes e enfeita demais. Entretanto, vejo-o com cadeira cativa no time, não seria hora de mudar já que foram contratados 11 jogadores? Vejo Rodrigo Souto, Léo Lima, Cléber Santana e imagino: "Eles tem mais qualidade que o Richarlyson, será que falta vontade?"

Seja por vontade ou não, ninguém merece ter cadeira cativa em clube grande. Afinal, o São Paulo não é o Real Madrid.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Balanço do domingo

Da mídia, e de mitificações

Ontem, ao que tudo indica, caiu um mito. E, vejam bem, caiu o mito, não o time. Caiu o mito de um time que, resumo da malemolência brasílica, seria imbatível, impenetrável, imperscrutável. A volta ao futebol que, com a agudeza áspera do moleque, provaria com o movimento presto do corpo a verdadeira filosofia; todo o resto, portanto, reduzido à sofisma.
Em outras oportunidades, já disse, aqui nesse espaço, que o time do Santos é bom, sobretudo pelo que chamei de reserva técnica: poucos times tem entre os titulares Robinho, Ganso e Neymar, e, entre os reservas, um Madson. São jogadores leves, habilidosos, que partem pra cima e realizam, em campo, o futebol que costumamos nomear como "tipicamente brasileiro". Porém, disse ainda, sem medo, que esse mesmo Santos ainda não pegou adversários a altura. São Paulo e Corinthians parecem estar combalidos, e os ditos times do interior, via de regra, surpreendem apenas quem quer ser surpreendido.
No entanto, ora vejam, coube justo ao mais zonzeado representante do Trio de Ferro mostrar ao Santos que futebol não é só dança, e pedalada; há no esporte uma boa dose de sangue, suor e raça. Afinal, é o esporte bretão.
Tudo bem: houve um pouco de sorte ao encontrar aquele gol de bola parada, logo após o segundo tento do Santos. Mas o fato é que o Palestra teve brio, buscou o empate, e, no segundo tempo, teve o jogo em mãos até, aproximadamente, os 20 minutos. Antonio Carlos arrumou a casa, colocou Pierre em cima de Neymar, e Araújo seguindo Ganso. Everton e Robert, leves e voluntariosos, com a bola nos pés davam cansaço na zaga santista, e sem a bola, a pressionavam. Aliás, aqui cabe um adendo: a aplicação tática do Palmeira mostrou um lado dos "meninos" que a mídia nem pensa em mostrar; e, quando mostra, é com condescendência: visivelmente irritado, Neymar deu entrada criminosa em Pierre, sendo merecidamente expulso. Só gente deslumbrada, ou gente que quer vender uma mercadoria, acredita em "moleque", em "alegria". Lá dentro, é profissão, competição.
A coisa voltou a pender para o time da Vila Belmiro apenas com a entrada de Madson; a tal da reserva técnica. Taticamente, o Palmeiras era mais time em campo. Por isso, talvez, os deuses do futebol tenham dado a Robert aquele golaço, desempatando no final o embate. Jogaço. E, diga-se de passagem, se o Palmeiras venceu epicamente, o Santos perdeu com extrema dignidade. Caiu um mito, não o time.

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Vencer sem dignidade

Sim, é isso o que aconteceu com Corinthians e São Paulo.
Em Barueri, em dez minutos de jogo, o Corinthians consegiu, finalemente, mostrar um pouco de futebol. Com um jogo rápido e intensamente móvel, conseguiu, de cara, marcar dois gols no bom time do Santo André.
Porém, marcados os gols, outro jogo teve início, e outro Corinthians. O time do Parque São Jorge recuou, e, acuado, parecia esperar por um contra-ataque como quem espera por um milagre. Não soube, também, segurar a bola, para frear o ímpeto do Santo André.
O time perdeu gols, claro, e é preciso apontar. Mas chamo atenção para outra coisa: a total inércia do meio de campo corinthiano, incapaz de criar e de marcar. Ontem, Jucilei e Elias bateram cabeça como nunca, e Mano assistiu tudo do banco, sem fazer nada. Se quiser jogar no 4-3-3, será necessário, para ontem, um meia. Mano sabe disso, e deixou Douglas ir embora.

No Morumbi, o São Paulo, por incrível que pareça, suou para ganhar do fraco Rio Branco. Em bela jogada de Léo Lima, Jorge Wagner marcou pelo time da casa, e só. Depois disso, eram apenas chutes de fora da área e chuveirinhos.
No segundo tempo, numa falha da defesa, o Rio Branco marca. Novamente, São Paulo volta a pressionar apenas com bolas na área, e chutes de longa distância. Numa jogada à la Muricy, veio o empate. É muito pouco, né seu Ricardo?

domingo, 14 de março de 2010

Um domingo de decisões

Pois é, leitor. Próximos que estamos do fim da fase classificatória do Paulista, entre muitos times grandes vemos um fenômeno inverso: o início do desespero, provocado pelo medo de ficar de fora das semifinais.
No Palmeiras, time ainda em formação de elenco, para muitos jornalistas já é preparado o discurso de desculpas, tendo em vista que será difícil o time embalar nas últimas rodadas. Daí a importância do clássico de hoje. Se o Palestra vencer, e bem, o "circo" santista pode adquirir a confiança necessária para o resto do campeonato. O Santos é franco favorito.
No Corinthians, junto com o São Paulo o time que mais investiu no elenco, já passou da hora de os jogadores mostrarem a que veio. É óbvio que o objetivo principal, no primeiro semestre, é a Libertadores, porém fatalmente a torcida ficará desconfiada se o time não conseguir vencer bem num campeonato em que, historicamente, sempre deu as cartas. Sem dúvida, a desconfiança ganhará a imprensa, e contaminará a Libertadores. Em virtude disso, uma vitória hoje contra o Santo André, uma das surpresas do campeonato, seria muito bem vinda.
Por último, temos o São Paulo, time que há tempos vem disputando a Libertadores sem negligenciar o Paulista. No entanto, neste ano vem sendo observado um problema: a estabilidade tática, sempre elogiada na equipe, parece ter se transformado em lentidão e previsibilidade. Ricardo Gomes, apesar de aplicado, não tem conseguido resolver o problema. A favor do São Paulo, há o fato de o time, tanto na Libertadores, como no Paulista, ter jogos fáceis pela frente. Bater em bobo é bom para aumentar a confiança.

Dobradinha no primeiro GP

Fernando Alonso vence o GP do Bahrein, com Felipe Massa em segundo. Sebastian Vettel da Red Bull terminou em quarto por conta de um problema mecânico

O primeiro GP do ano foi pintado de vermelho. Alonso em sua primeira corrida pela Ferrari consegue o lugar mais alto do pódio, acompanhado de Felipe Massa na segunda colocação. Complementando o pódio Lewis Hamilton da Mclaren chegou em terceiro. O Heptacampeão Michael Schumacher, da Mercedes, teve uma corrida discreta e chegou em sexto. O outro brasileiro Rubens Barrichello terminou em 10º.
Os estreantes Bruno Senna e Luca Di Grassi não completaram a corrida. Di grassi deu pouco mais de quatro voltas, enquanto Senna chegou a rodar 20 voltas com a sua Hispania.

A corrida assim como a classificação foram um pouco chatas, senti, particularmente, uma ausência de estratégias com a retirada do reabastecimento. Na pista, não aconteceu tantas disputas por posição, já que os carros não são absurdamente diferentes. Caso essa corrida se reflita o que será o ano prepare-se para dormir durante as transmissões.

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SP Indy 300

Houve uma certa desorganização com o evento, tanto que mudaram a classificação que seria ontem, às 15h, para hoje de manhã. Na realidade, um evento de automobilismo deve ter, pelo menos, três dias para ajustes nos carros; treinos livres; classificatórios e corrida, da maneira como foi nesse final de semana em São Paulo fica inviável - ter a pista para testes disponível somente no sábado.

Os pilotos já chegarão cansados à corrida, que começa as 13h - pouco tempo depois do treino. No treino classificatório os brasileiros não foram bem: Tony Kanaan em sexto e Hélio Castroneves em nono, conseguiram as melhores colocações. O campeão da Indy Dario Franchitti fez a pole.