sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Lição e merecimento

Longe de mim querer passar pito em alguém. No entanto, a diretoria do Palmeiras merece. Já há algum tempo vem recebendo sinais de que é preciso organizar a baderna interna, e fazer um esforço de contratações.
A demora nesse tipo de ação administrativa resulta no que ocorreu ontem: empate contra o (admitamos) fraco time da Portuguesa. E o empate veio, ainda, em gol de cabeça de zagueiro (Danilo), em falha do goleiro da Lusa. A zaga do Palmeiras é frágil, e o ataque, quando bem marcados seus principais homens (Diego Souza e Cleiton Xavier, que ontem não jogou), inofensivo. Até criança vê isso, Belluzzo. Tá na hora de aprender a lição.

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O merecimento fica por conta do Santos, que, ontem, alcançou a liderança do Paulistão, graças à leveza e graça de seus meninos.
O Santos, hoje, é desses times que restituem a fé na expontaneidade do futebol, modelo brasileiro: sem alardes, e sem grandes contratações, de repente, as peças se encaixam e fazem bonito em campo. Mandemos pras cucuias planejamentos e demais balelas!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

TEPT: Um estudo de caso da nação corinthiana

O perfil da torcida mudou muito depois da Série B. O corinthiano era, antes de tudo, um exaltado, e eu acredito que o rebaixamento foi um golpe na auto-estima da Fiel, que levantou a cabeça e seguiu em frente com o time, mas com aquela cicatriz do golpe ali, às vezes doendo.

E mudou. A torcida passou a aceitar mais as coisas, a conformar-se, embotada na bolha do próprio time, e amparada na premissa do amor incondicional. O problema é que houve uma confusão nesse amor incondicional, e no que é de fato o Corinthians.

O amor é incondicional, sim, mas é amor ao Corinthians. Não deve ser ao Mano Menezes, ao Andrés ou ao fulano de tal. Ocorre que essas figuras fizeram parte da tragédia toda e, com isso, foram incorporadas à instituição, como se eles próprios fossem o Corinthians e criticá-los fosse criticar o Corinthians, ou pisar no clube. Com os jogadores até é diferente, pois sempre se teve a certeza de que eles passam e nós permanecemos. Mas os cabeças daquele momento difícil foram incorporados pela massa. Um porque supostamente cumpriu a missão impossível de devolver o time ao seu devido lugar, como se fosse algo ímpar ou mesmo difícil. O marketing ajudou a construir essa imagem. E o outro porque assumiu o Titanic e teve sua imagem atrelada à queda do facínora Dualib. Tornou-se, na visão de muitos, um herói. Poucos ainda lembram que ele estava lá com o velho o tempo todo.

Aí, a torcida, de reflexiva, crítica e pró-ativa, tornou-se facilmente manipulada e permissiva. Traumatizada.

Hoje até jogadores como os que vemos aí, que em outros tempos apanhariam na rua para ver se ficava claro que aqui não é um timinho de futebol, mas O CORINTHIANS, são poupados de críticas e vaias, porque muitos acreditam que devemos confiar naqueles que os incorporados e santificados Andrés e Mano trouxeram para o clube.

Se eles jogam mal e continuam escalados, oras, não se deve criticar, pois devemos confiança incondicional ao Mano; afinal ele nos trouxe de volta do abismo da Série B, logo, ele sabe o que faz, mesmo quando se vê, em campo, que ele não sabe.

Se as evidências apontam para favorecimentos e apadrinhamentos de atletas de empresários, diretores, etc e tal, oras, seria muito injusto de nossa parte acusa-los, afinal o senhor Andrés Sanchez, capitão do Timão, assumiu o clube em seu pior momento e seria indigno de nossa parte questionar o caráter dele, mesmo que tenhamos todas as razões para tal, razões estas que ele nos deu, diga-se.

Se o Corinthians antes era aguerrido, pra frente e pra cima, e agora está acovardado, aceitando derrotas sem luta e sem garra, como nunca em 100 anos de existência, a torcida aceita e até age como se tivesse sido sempre assim, porque também ela está retraída, moralmente ferida e acometida do transtorno de estresse pós-traumático - TEPT.

Soma-se a isto o fato de um marketeiro ter captado o espírito da coisa e utilizado em
benefício de sua diretoria, e o fato de, como em todo lugar, aqui também encontrarmos torcedores de caráter duvidoso, do crime, sem valores e que se vendem por migalhas, utilizando o Corinthians e a torcida como fachada para outras atividades, mais escusas, e nos defrontamos com esta realidade, que em muito pouco se parece com time e torcida, pelo menos não com o Corinthians e a Fiel de outrora.

Relatei toda esta anamnese e diagnostiquei o caso não para traçar um prognóstico negativo ou realizar previsões, porque do futuro só Deus sabe, mas pela simples razão de que o nosso futuro a gente constroi e constroi a partir do presente, que precisamos entender para transformar. E por que transtorno a gente trata.

Larissa Beppler é corinthiana, inteligente e psicóloga. O texto acima foi publicado por ela em uma comunidade do Orkut como via para gerar discussões e reflexões acerca do lamentável estado de apatia em que o Corinthians se encontra atualmente. Como ela, não quero que meu time vire apenas folclore.

No fim das contas...

O Corinthians perdeu uma invencibilidade de 28 jogos no Campeonato Paulista diante da famigerada Ponte Preta. Num jogo morno e sem grandes jogadas, quem brilhou foi Finazzi. Saiu do banco de reservas para sacramentar a vitória da "Macaca".
Alguns comentaristas e narradores afirmam que o Corinthians tem o melhor elenco do Brasil e não é exagero, no entanto, quando um time misto entra em campo a coisa complica. Está certo que os méritos da vitória credito a Ponte Preta, porém se o time da marginal tivesse mostrado um décimo do futebol que apresentou contra o Palmeiras teria vencido. Mas como disse o Mano Menezes " O Corinthians não vai vencer sempre".

Em Barueri, o tricolor paulista atropelou o São Caetano. Washington, Dagoberto e Marcelinho aprontaram correria pra cima do azulão, que não aguentou o baque. Um ponto positivo na partida foi a variação de jogadas e imprevisibildade do time do Morumbi, armando muitas jogadas e criando bastante. O ponto negativo foi a defesa, que ainda falha bastante. Se o São Paulo quiser ter êxito na Libertadores precisa acertar o posicionamento dos defensores.


Hoje,

O Santos vai até o ABC encarar o Santo André, apostando em Neymar - goleador da equipe no torneio. O peixe tenta derrubar o último invicto do campeonato com a nova geração dos "meninos da vila". Embora o Santos tenha mostrado um futebol exuberante nas últimas rodadas fica a curiosidade para saber como o time reagirá a um time grande, por isso o jogo contra o São Paulo é chave.

O Palmeiras, tem uma parada dura pela frente, pega a Portuguesa, no Palestra. O verdão vem de uma derrota no clássico contra o Corinthians e busca a reabilitação. O jogo marca o reencontro de Domingos e Diego Souza, que protagonizaram cenas de insultos e violência na semifinal do Paulista 2009. Todos ingredientes para um ótimo jogo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Confirmação x Recuperação

Hoje, dois times com a mesma fissura entram em campo pelo Paulista. O nome da fissura é Libertadores, e os times são Corinthians e São Paulo.
No entanto, se os objetivos desses times são parecidos, não podemos dizer o mesmo da situação em que se encontram: o Corinthians vem de excelente vitória contra o Palmeiras, vitória que consegiu, pelo menos por um tempo, esconder falhas anteriores da equipe, mostrando ao torcedor, pela primeira vez no ano, unidade e organização táticas; já o São Paulo, mesmo vencendo bem adversários mais fracos, ainda não mostrou o futebol dos sonhos de seu torcedor, e vem de inesperado empate com o Sertãozinho, no qual, nitidamente, o time não se achou.
Do lado do Corinthians, especificamente, há a oportunidade de conseguir boa vitória, embalar, e ganhar a tal "gordura", necessária no período de Libertadores. Porém, o jogo não será fácil, visto que a Ponte possui complexo de Robin Hood: tira dos ricos, e dá aos pobres.
O São Paulo, por sua vez, joga contra o São Caetano não apenas por uma vitória, mas pela recuperação de alguns de seus jogadores (rendendo abaixo do esperado, segundo a torcida), e pela recuperação de um conjunto tático perdido. Gomes não quer ficar conhecido como alguém que se fez na aba do trabalho de outro treinador (Muricy Ramalho), e tenta, à força, imprimir seu 4-4-2. Treinando para a Liberta, será a primeira vez que o time "ideal" entrará em campo.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sangue, suor e lágrimas

Não há como negar. O grande resultado da rodada foi a vitória do Corinthians sobre o Palmeiras, dando fim a um breve, porém incômodo, período de três anos sem resultados positivos.
Muito tenho criticado, aqui, o Corinthians. Em primeiro lugar, não vejo o elenco tão bom como dizem, faltam reservas para as duas laterais, mais zagueiros confiáveis (Chicão e William não são feitos de aço), e um bom centroavante reserva. Outro ponto que me enerva é a lerdeza com que o time vem se apresentando em alguns jogos, como a não ligar para a história e o peso do clube. Outra questão para a qual reviro os olhos é esse tal de rodízio (e que vale também para o São Paulo): como entrosar um time, sem repeti-lo, afinal?
Porém, mesmo com essas dúvidas, devo admitir que, devido ao jogo de ontem, como torcedor corinthiano, adquiri mais confiança. Um time que perde um importante jogador logo aos oito minutos (de maneira injusta) e consegue manter o resultado positivo então conquistado graças à dedicação de seus jogadores deve ser olhado de forma diferente. Finalmente, o meio de campo corinthiano, apesar de lento, mostrou unidade e organização tática; Danilo foi lateral e ala, Ralf, zagueiro e volante, e Elias tentou cobrir todos os espaços restantes. Na defesa, finalmente uma exibição segura da dupla Chicão e William, e belíssimas defesas de Felipe, que enfim parece ter se recuperado dos acarajés das férias. Quanto a JH, o deus da raça, não há comentários: nasceu para vestir o manto.
No outro lado, o Palmeiras, apesar das defesas de Felipe, é difícil defender uma equipe que jogou com um a mais quase o jogo todo e nao conseguiu empatar.
No meio, falta alguém que, com velocidade ou habilidade (ou os dois) divida a criação com Cleiton Xavier, e o ataque, quando sem Diego Souza, torna-se lento e previsível. A defesa do Palestra também preocupa: Iarley sozinho conseguia segurar pelo menos três defensores verdes, lentos e inseguros, que praticamente se descabelavam quando tinha de se preocupar também com JH. Muricy precisa bater o pé e pedir reforços, o quanto antes!

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Se o grande resultado da rodada foi a vitória corinthiana no clássico contra os porcos, a grande surpresa fica por conta do empate do São Paulo com o Sertãozinho. E com gol salvador aos 48 do segundo tempo!
Mesmo remendado, um time com Miranda na zaga, Hernanes no meio e Marlos no ataque não pode tomar sufoco de um lanterna! Por vezes, o mal que acomete o Corinthians também assombra o São Paulo: os jogadores esquecem a camisa que vestem, e o treinador abraça, sem pensar, a suspeita filosofia de "poupar". Quem quer poupar que abra conta no banco!

domingo, 31 de janeiro de 2010

Lider novo, clássico antigo

Entre os dribles de Neymar, e a objetividade do cérebro Paulo Henrique Ganso, o Santos assume a ponta co campeonato e já está de olho no clássico contra o São Paulo

Com Neymar em ótima fase e Ganso destruindo na armação, o Santos bateu o Oeste, ontem, na vila famosa e está temporariamente na liderança do Paulista. O peixe que dava sinais de uma temporada turbulenta e complicada, mostra uma força descomunal com os meninos da vila. Inclusive, essa nova geração já é comparada a de 2002, onde surgiu Robinho, Diego, Elano e companhia. Já podemos dizer que o time da baixada é um dos favoritos ao título, alguém duvida?

Hoje, às 17h, no Pacaembu, é o palco do novo-velho clássico, Corinthians x Palmeiras lutam pela liderança do campeonato. Os dois times tem o mesmo número de pontos, porém o verdão tem melhor saldo de gols. O time da marginal não conta com Ronaldo - lesionado -, no seu lugar jogar Iarley. O Palmeiras, por sua vez, tem dúvida sobre a escalação de Diego Souza. Resumindo, o jogo não tem lá tantas atrações e pelo começo de temporada deve ser truncado, não me admira um empate em 0 x 0.

Mais tarde, às 19h30, o Tricolor enfrenta o Sertãozinho, no interior. Outro compromiso que Ricardo Gomes irá com o "time reserva", visando um jogo mais difícil contra o São Caetano, na próxima quarta-feira. O time do Morumbi não parece se importar com o campeonato regional e, claramente, busca o melhor sistema para iniciar a Copa Libertadores. O Paulista também é título Ricardo Gomes, acorda!