terça-feira, 15 de setembro de 2009

Alhos e bugalhos

Como todos sabem, costumo deixar a parte de F1 com meu companheiro de blog, o senhor Reginaldo. Trata-se, penso, de esporte bastante específico, que exige conhecimento de tecnologia e de estratégias relativas a voltas, litros de combustível, pneus, e cousas, lousas e maripousas. Nunca tive muita paciência para tudo isso.
Porém, o episódio envolvendo Nelsinho Piquet e Briatore, o chefão da Renault, provocou em mim um desejo inesperado de palpitar. Qualquer pessoa com um mínimo de conexão com o mundo já sabe o que ocorreu, e conhece ao menos uns três capítulos da novela. Por isso, aqui, vou direto ao assunto: não acho justa a comparação da má ação de Nelsinho com com as bobagens que Barrichelo fez em sua época de Ferrari.
Quando estava na escuderia italiana, Barrichelo enterrou sua vida como esportista. Ao deixar Schumacher passar por ele, ao trabalhar, na frente de milhões de pessoas, como um servo bem remunerado, um fantoche, Barrichelo demonstrou falta de firmeza de caráter, mostrou-se submisso. Desistiu de competir em prol, tão-somente, de promessas de uma vida boa, de um bom salário. Preferiu a bonomia à competição, pecado máximo do atleta. Ainda assim, com todas essas faltas, Rubinho prejudicou apenas uma pessoa: ele mesmo. Acordou tarde para endireitar-se no caminho do espírito esportivo.
Bem diferente é o caso de Piquet. Quando escolheu seguir orientações para bater em um muro, ele não só mostrou-se sem caráter, não só foi submisso, mas prejudicou quase todos na corrida, sem contar o principal: poderia ter machucado seriamente algum companheiro.
Exagero? Creio que não. Veja o que uma simples mola fez com Felipe Massa. Pare e pense leitor. Nelsinho Piquet correu sério risco de se machucar. Será que ele teria pudor em machucar outra pessoa?
Rubinho apontou uma arma para si mesmo, enquanto Piquet apontou para os lados, sem se preocupar com a direção da bala.

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