sexta-feira, 24 de julho de 2009

Meio de campo: um jogo de quebra-cabeça

Tão certo quanto as folhas das árvores caem no outono, garotos tremem diante de garotas, e velhinhos do cambalacho curtem um Viagra, o Corinthians, nesse Brasileirão, tem seguido uma ordem clara: no primeiro tempo joga razoavelmente bem, faz seus gols, e, no segundo, cai de produção, dá espaço ao adversário, e passa sufoco. Ontem, contra o Vitória, não foi diferente.
No primeiro tempo, o jogo pendeu levemente para um domínio do Corinthians. As duas equipes marcavam bem, anulando as principais jogadas do oponente, e, quando isto ocorre, leva vantagem a equipe que possui o brilho individual. Neste caso, desequilibraram a favor do Corinthians a qualidade dos passes de Ronaldo e Douglas (primeiro e segundo gols), e a polivalência dos volantes-meias Elias e Jucilei. Tudo estava sob controle até que uma falha de posicionamento da defesa corinthiana (fruto das constantes mudanças na equipe, segundo Mano), possibilitou o gol do Vitória, o gol que apontava para pressão no segundo tempo.
E não deu outra. O Vitória veio com tudo para cima do Corinthians que, estranhamente, parecia aceitar a pressão, inerte aos avanços do clube bahiano. Foram vários os momentos em que o Vitória esteve perto do empate. A pressão diminuiu apenas perto do fim do jogo, com a saída de Douglas, para a entrade de Moradei, fortalecendo a marcação; depois disso, o Coringa chegou a ter duas oportunidades de ampliar o placar, até o apito final, que sacramentou a vitória alvinegra.
Como acho que é muito fantasmagórico apenas dizer que o time sofre pressão no segundo tempo, ensaio, aqui, uma análise tática do porquê isso acontece. Todos sabem que o Corinthians joga num 4-3-3, com dois atacante móveis (J. Henrique e Dentinho), e um fixo (Ronaldo). Sobram, portanto, 3 no meio de campo, dentre os quais dois marcam e atacam (ontem Elias e Jucilei), e um ajuda na marcação, mas ataca mais do que marca (Douglas). A meu ver, alguns técnicos do Brasil manjaram este esquema, e têm feito o seguinte: pedem para um lateral defender como lateral, mas atacar como meia, confundindo a marcação corinthiana, e ganhando, no ataque, mais um homem no meio. Ontem, quem fez essa função foi Leandro Domingues, jogador habilidoso que deu um verdadeiro nó na defesa do Timão. Uma forma do Mano anular esta tática seria pedir
para que um de seus atacantes acompanhasse este "homem surpresa" do time adversário; porém, tal escolha poderia abrir buracos pelas laterais de campo.
Deixo este quebra-cabeça para o Mano resolver...

Nenhum comentário:

Postar um comentário