quarta-feira, 15 de julho de 2009

O artilheiro beija-flor



Um cruzamento vem da esquerda, na velocidade exata, com a substância inexorável da matemática. Na área um homem, entre gigantes loiros, dínamo suave de técnica, flutua, e toca a bola como Deus tocou o homem para dar-lhe vida. Aprendi, então, a beleza plástica do voo, veloz e agudo: beija-flor.
É esta a memória que tenho do gol de Romário, contra a Holanda, na Copa de 1994. Arte em movimento, que jamais cineasta algum imaginou possível sem ensaio. É esta a memória que guardo do Baixinho, recusando-me a me render aos "fatos e fofocas" diários.
Rezo apenas para que este artista do instinto recupere sua saúde financeira, e tenha uma vida do tamanho que foi sua arte.

Um comentário:

  1. O homem que olhou no rosto de cada brasileiro e disse "Esqueça esse novo complexo de vira-latas, eu sou o cara!"

    Gênio!

    ResponderExcluir