quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Dunga: assista ao campeonato brasileiro

É óbvio que os números de Dunga, na seleção, são arrebatadores; assim como também arrebatadora é a qualidade dos jogadores da seleção. Os acácios de plantão diriam "Mas Dunga é o treinador que, nos últimos anos, vem conquistando a vaga na Copa com maior facilidade, sem contar que o Brasil ganhou todos os jogos contra rivais de peso.".
Concordo. Dunga é um bom líder que sabe imprimir seu estilo nos jogadores, sabe fazer os jogadores acreditarem em sua filosofia. E é neste ponto, para mim, que a porca torce o rabo: na "filosofia" de Dunga. O Brasil joga bem contra times que ousam atacá-lo, que ousam abrir um pouco suas defesas, e, ao tentar jogarem de igual para igual, dão um espaço mortal para jogadores como Kaká, Daniel e Maicon. Porém, contra times de menor expressão, que contra o Brasil têm mesmo é que se defender, a seleção de Dunga peca. Não consegue abrir espaços, criar claras chances de gol; sinal, a meu ver, de dois problemas: falta de um esquema tático claro, bem definido – que vá além de jogar no espaço aberto pelo adversário – e, sobretudo, dificuldade de adaptação ao adversário. Por exemplo, para quê, meu Deus, entrar com Felipe Melo, Gilberto Silva e Kléberson contra a fraca Estônia? Pouco me importa se o Kléberson sabe sair com a bola: ele é volante, não meia. O mesmo digo de Elano.
Dunga precisa assistir com mais atenção aos grandes jogos do campeonato brasileiro, nos quais os times, com seus esquemas táticos bem definidos, não se furtam à necessidade de mudar uma coisa ou outra quando enfrentam adversários difíceis. Ontem, no jogaço que foi Galo X Parmera, vimos um Atlético marcador, apertando o meio da defesa alviverde, sobetudo o frágil Marcão; onde saiu o primeiro gol e outras oportunidades. Depois, vimos um Palmeiras liberando seus meias para os lados – os laterais do Galo são fracos; e assim saiu o gol palestrino. Tática bem montada, variação de jogadas, adaptação ao adversário; nada do que a seleção apresenta quando enfrenta um adversário que sabe marcar, que a estudou.
Espero que nenhuma outro selecionado perceba isso até a Copa do Mundo.

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