quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Amor à camisa, ainda existe?


Alguns dias atrás, o atacante Robinho, do Manchester City, foi eleito pelo Diário Francês L`Equipe como maior mercenário do futebol. O termo também é utilizado por torcedores para se referir a jogadores que se transferiram para outro clube por um salário maior ou mais regálias.


Bem, jogar pelo time do coração é maravilhoso, o futebol que é mais que um ofício, uma paixão, o lazer dos brasileiros aos domingos e quartas-feiras... Quando é disputa de título então nem se fala, e o que dá mais orgulho é quando o jogador dá o sangue pelo time, bate no peito e diz: “Esse é meu clube do coração!”. No entanto, quantos jogadores podemos afirmar que são assim hoje? Posso indicar dois: Rogério Ceni – São Paulo - e Marcos – Palmeiras.


Jogadores que têm história nos clubes, que gozam de privilégios entre a torcida, que tem crédito, mediante a erros. Entretanto, todos jogadores devem ser assim? Claro que não. Um jogador, antes de mais nada, é um trabalhador e tem que vestir, sim, a camisa do clube e honrar, porém, se surgir uma outra proposta, ele tem o direito de analisar e optar por uma melhor condição de vida para si e sua família, sem essa de ser mercenário. Se trabalho em uma empresa e outra me oferece uma oportunidade, apresentando um salário melhor, vou correndo. E, alguém irá me acusar de mercenário?


Essa história de amor à camisa é do tempo em que se amarrava cachorro com linguiça, parafrasendo Luiz Felipe Scolari, em outros tempos é possível que tenha existido. Atualmente, por conta da estrutura dos clubes e pelo custo de vida, só mesmo os saudosistas românticos acreditam nessa prática. Marcos e Rogério Ceni são exceção.


Hoje, os times de futebol estão se tornando empresas e os jogadores, como todos os trabalhadores do Brasil, procuram uma boa colocação no mercado. O profissionalismo vem em primeiro lugar, afinal, amor à camisa não paga as contas.

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